10/07/13 para contato.net
A “equivoquenta” ideia de que a língua é abstrata e algo a ser aprendido foi por muito tempo pregada por educadores e artistas que consideravam que a língua é algo padronizado. No passado o aprendiz de uma língua era visto como objeto e não como um sujeito que por meio dela interage, descobre e ao mesmo tempo a transforma. Consequentemente a esse modo de pensar, durante anos praticou-se o que chamamos de preconceito linguístico, que é o ato de menosprezar a fala daquele que não utiliza as palavras corretamente ou que as utiliza apenas na variedade regional, sem se importar com a formalidade.
Os neologismos e a capacidade criadora
Você leitor, deve ter recebido com estranheza a palavra destacada logo no início do primeiro texto, e por certo, logo de “cara” me corrigiu. Mais trabalho: ler, corrigir e pensar sobre. Fiz isso justamente para lembrar que a língua é dinâmica e que na atualidade se permite brincar mais com ela. Criamos palavras, frases e a transformamos diariamente.
A língua é uma espécie de bem que cada um possui e algo ao mesmo tempo singular, pois a capacidade de usá-la com propriedade dá ao sujeito certa liberdade e tranquilidade. Somos coautores de um idioma que muda constantemente.
Definindo
Neologismo: 1. Palavra criada na própria língua ou adaptada de outra, por exemplo: xerocopiar. 2. Palavra antiga empregada com sentido novo. (MICHAELIS, Dicionário Prático da Língua Portuguesa, 2008).
Intencionalidade e mídia
Ricardo Linhares, o autor de Saramandaia, viu no ato de escrever a novela a possibilidade de brincar com as palavras e ao mesmo tempo tocar aqueles que ainda guardam certo tipo de preconceito com relação à língua. Com expressões engraçadas, que como ele próprio afirma são criadas por ele e só existem naquele lugar chamado Bole-Bole, foi ousado e, porque não dizer “atrevido”, tudo para dar um toque especial à trama. As palavras criadas ou recriadas que ouvimos são deveras intrigantes. Mas compreenda-se que por trás disso há uma intenção linguística e também social.
Ao falar da novela, o autor justifica o uso de expressões e palavras até então não imaginadas. “Com essas expressões, quero dar um colorido diferente aos diálogos dos personagens e com isso gerar uma curiosidade e maior prazer do espectador. Essa novela é um grande risco que a gente está tendo.", assume Linhares para o site oficial da emissora.
Mais uma vez a adequação
Quando defendo a ideia de que toda contribuição linguística é válida, não afirmo que devemos aceitar aberrações, mas que temos a obrigação de respeitar a capacidade e a forma que cada um encontra de utilizar a língua. Temos de ser prudentes e nos comportarmos como leitores atentos, pois os discursos trazem em si intenções e interesses que só avistamos quando apuramos nossos ouvidos e olhares para aquilo que lemos ou ouvimos.
Que a aula de Língua Portuguesa possa ser o momento em que o aluno possa também “brincar” com a língua, compreendendo que ele a possui e que aprender a usá-la de maneira coerente e adequada faz parte da vida social, pois já o faz desde que começou a se comunicar como o mundo externo.
Os neologismos e a capacidade criadora
Você leitor, deve ter recebido com estranheza a palavra destacada logo no início do primeiro texto, e por certo, logo de “cara” me corrigiu. Mais trabalho: ler, corrigir e pensar sobre. Fiz isso justamente para lembrar que a língua é dinâmica e que na atualidade se permite brincar mais com ela. Criamos palavras, frases e a transformamos diariamente.
A língua é uma espécie de bem que cada um possui e algo ao mesmo tempo singular, pois a capacidade de usá-la com propriedade dá ao sujeito certa liberdade e tranquilidade. Somos coautores de um idioma que muda constantemente.
Definindo
Neologismo: 1. Palavra criada na própria língua ou adaptada de outra, por exemplo: xerocopiar. 2. Palavra antiga empregada com sentido novo. (MICHAELIS, Dicionário Prático da Língua Portuguesa, 2008).
Intencionalidade e mídia
Ricardo Linhares, o autor de Saramandaia, viu no ato de escrever a novela a possibilidade de brincar com as palavras e ao mesmo tempo tocar aqueles que ainda guardam certo tipo de preconceito com relação à língua. Com expressões engraçadas, que como ele próprio afirma são criadas por ele e só existem naquele lugar chamado Bole-Bole, foi ousado e, porque não dizer “atrevido”, tudo para dar um toque especial à trama. As palavras criadas ou recriadas que ouvimos são deveras intrigantes. Mas compreenda-se que por trás disso há uma intenção linguística e também social.
Ao falar da novela, o autor justifica o uso de expressões e palavras até então não imaginadas. “Com essas expressões, quero dar um colorido diferente aos diálogos dos personagens e com isso gerar uma curiosidade e maior prazer do espectador. Essa novela é um grande risco que a gente está tendo.", assume Linhares para o site oficial da emissora.
Mais uma vez a adequação
Quando defendo a ideia de que toda contribuição linguística é válida, não afirmo que devemos aceitar aberrações, mas que temos a obrigação de respeitar a capacidade e a forma que cada um encontra de utilizar a língua. Temos de ser prudentes e nos comportarmos como leitores atentos, pois os discursos trazem em si intenções e interesses que só avistamos quando apuramos nossos ouvidos e olhares para aquilo que lemos ou ouvimos.
Que a aula de Língua Portuguesa possa ser o momento em que o aluno possa também “brincar” com a língua, compreendendo que ele a possui e que aprender a usá-la de maneira coerente e adequada faz parte da vida social, pois já o faz desde que começou a se comunicar como o mundo externo.
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