Marca ou produto

Por que falamos a marca em vez de falarmos o produto? O que explica isso? Você já se deu conta de quantas vezes faz isso?

Uma breve historinha para ilustrar: Certa vez uma dona de casa precisou ir à venda mais próxima de sua casa. Sua necessidade era comprar sabão em pó para poder lavar as roupas já acumuladas da semana. Quando perguntou a atendente se ali havia “omo” a moça lhe respondeu que não. Então a mulher voltou para casa sem aquilo que desejava por não observar que tinha outras possibilidades de compra e imediata solução do seu problema.

Assim como a fictícia dona de casa, vez por outra, também vivemos essa situação. Quando pedimos para alguém comprar “miojo” por exemplo, na verdade estamos solicitando a compra de macarrão instantâneo, mas não paramos para pensar sobre isso. É que em nosso dia a dia estamos tão ocupados que nem nos damos conta do quanto a publicidade invade o nosso espaço e nos leva a consumir cada vez mais e aquilo que se quer vender.

Mas por que nos apegamos tanto a marcas ao ponto de tê-las como referência na hora de comprar um produto ou mesmo ficarmos sem o produto em decorrência da marca? Porque caímos na “lábia” daqueles que tem como principal objetivo nos fazer aceitar as marcas e comprar sem muito questionamento. Eis uma das muitas estratégias publicitárias - “artimanhas” - para vender e vencer a concorrência.

A publicidade e a linguagem

Assim como os “jingles” que ficam por muito tempo em nossa cabeça, principalmente em épocas de campanhas eleitorais, as marcas ficam gravadas como registros de referência deste ou daquele produto. Nome de marca e produto se misturam, aí como clientes já não mais sabemos distingui-los. Isso é mais recorrente quando se trata de marcas antigas. Digamos que alguém chega em uma venda e pede por “bombril” se não tiver “esse produto”, por certo, não virá à tona em sua cabeça a ideia de comprar “esponja de aço”, pois a resposta negativa, de alguma forma, já o fez desistir da compra e causou-lhe, por certo, desapontamento.

Conceituando:

Quando fazemos a substituição do nome do produto pela marca a figura de linguagem que utilizamos é a metonímia. Esta figura de linguagem consiste em utilizar um termo em vez de outro que mantém certa semelhança. Nos casos citados a marca pelo produto.

É preciso ensinar

Para que nossas crianças e adolescentes possam perceber o poder que a língua tem, principalmente quando o que está em jogo é o convencimento, cabe a nós educadores promover momentos de debates partindo de situações cotidianas que envolvam a temática. Mostrar que somos mais do que aquilo que temos, vestimos ou consumimos é muito importante para formar pessoas com valores humanos e éticos.

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