Entre erros e acertos

02/08/13 para contato.net

      Não raro vemos cartazes e até mesmo outdoors com palavras acentuadas equivocadamente. Isso se deve, por certo, à confusão que às vezes fazemos com vocábulos que são idênticos na forma de escrever, porém o que os diferencia, além da pronúncia e da classe gramatical a qual pertencem, é o contexto em que são aplicados.      Essas palavras denominadas homógrafas são as “vilãs” dos equívocos, uma vez que nem sempre tem certeza se são acentuadas.    Os ditos erros de acentuação gráfica ocorrem por alguns motivos: primeiro pela falta de atualização quanto às normas ortográficas implantadas, às vezes se acentua “sem necessidade” ou se deixa de acentuar. Segundo pelo fato de não se saber a posição da sílaba que chamamos de tônica- aquela que é pronunciada com mais intensidade- e aí os equívocos aparecem e ainda por confundir grafias de palavras. Muitos se confundem, por exemplo, com os vocábulos tecnológica e tecnologia, acentuando às vezes a segunda e deixando de colocar o acento na primeira e em virtude disso, em muitos casos, há “pagação de mico” quando da necessidade de leitura em público, sem uma leitura prévia do texto.        Assim como a pontuação tem importante função semântica, o acento assume em alguns casos a responsabilidade de dar o devido significado ao interlocutor. 


Para ilustrar:

Listei ítens que levaremos na viagem (itens – sem acento)
As rúbricas constantes nos contratos não eram verdadeira. (rubrica – paroxítona e não proparoxítona)


Breve análise: peço que analise
Conversando com a secretária aproveitei para perguntar como ficaria meu caso.
Conversando com a secretaria aproveitei para perguntar como ficaria meu caso.

    Notemos neste exemplo que a primeira forma é a considerada pela língua padrão, uma vez que se entende que a secretária é um sujeito, ou seja uma pessoa, e pode-se com ela conversar, e que o mesmo não ocorre quando se trata da secretaria que é um local, um órgão onde ficam pessoas com as quais se pode falar, mas com o qual não se pode conversar diretamente. Consideremos que o uso dessas formas é aceito com normalidade até porque não há maior análise linguística e há de imediato a compreensão do enunciado. Na segunda frase subtende-se que secretaria diz respeito a pessoas que respondem por ela, portanto o equívoco na acentuação não acarreta prejuízo no discurso. Mas observe-se que se infere na primeira oração que o contato foi direto com alguém que pode de imediato resolver a situação apontada e que na segunda qualquer um que estivesse lá, sem mais referências, poderia apenas informar e dar direcionamentos, daí a diferença semântica invocada pelo acento.

 
Trocando as bolas

    Dentre os equívocos cometidos no uso da língua, existe um curioso chamado de erro de impropriedade vocabular. O ato de trocar palavras, usando uma no lugar de outra, fazendo uma associação falsa de sentido entre elas acontece constantemente. Pense que em vez do sujeito usar o termo flagrante ele usa fragrante, dizendo que o bandido foi pego em fragrante pela polícia. Na escrita isso não é muito comum devido ao fato de que quando se escreve, se faz revisões e há tempo de “consertar” o erro, configurar teclado, etc, já na fala geralmente as pessoas nem se dão conta do “acontecido”...

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